anamnese

11 dicas para atingir uma anamnese mais assertiva

Uma das partes mais interessantes e relevantes da medicina é a anamnese. É como ser um detetive que está atrás das dicas certas. Sem elas, o profissional da saúde não consegue fazer o diagnóstico preciso e indicar a melhor conduta terapêutica.

Aliás, é na conversa com o paciente que o médico ganha aproximação e pode criar um laço de confiança. O que muitas vezes pode ser essencial para descobrir patologias raras ou difíceis. Dessa forma, é a anamnese também uma maneira de criar um bom relacionamento com o paciente.

Em tempos de consultórios lotados, o atendimento ao paciente ganha mais destaque. Então, no tema de hoje, tratamos de abordar dicas para a prática da anamnese que podem fazer a diferença na escolha de um tratamento médico mais adequado. Continue a leitura!

CHEQUE OS PARÂMETROS CLÍNICOS

Após uma breve conversa cordial com o paciente fazendo prevalecer a cordialidade e a simpatia, (ainda que o volume de atendimentos diários seja grande) é hora de começar a investigação. Comece pelos parâmetros vitais, como pressão sanguínea, reflexos naturais, glicemia, temperatura corporal e outros fatores chaves.

Em seguida, questione sobre dores e incômodos. Com a checagem dos parâmetros clínicos, será possível verificar a intensidade desses sintomas. Assim como a duração e se estão ligados a algum acontecimento relatado pelo paciente.

INVESTIGUE O HISTÓRICO DO PACIENTE

Pode ser óbvio, mas esta fase da anamnese traz respostas que podem mudar diagnósticos comuns. Isso porque alguns profissionais tocam de maneira superficial o histórico do paciente, levados pela rotina. Então, é sempre bom lembrar sobre a importância de ouvir o histórico do paciente.

Estão incluídos aqui o histórico familiar, o uso de medicamentos prescritos e/ou não, presença de doenças e histórico de cirurgias. 

Outro aspecto importante é a análise sobre interações medicamentosas. Somente com esse levantamento do histórico, é possível verificar se outros remédios podem ser um risco para o paciente. Ademais, é papel do profissional questionar sobre a efetividade e sintomas causados pelos medicamentos que o paciente já usa.

ANALISE A LINGUAGEM NÃO VERBAL

Prestar atenção no paciente também envolve analisar seus gestos e atitudes. Essa análise é aprimorada com o passar do tempo e a aquisição de experiência. Principalmente por ser uma técnica que se desenvolve ao estar em contato com diversos pacientes.

Entre os sinais clássicos que podem chamar a atenção estão: braços cruzados, falta de contato visual e repetição de movimentos. Podem estar ligados ao fato de que os pacientes estão omitindo informações ou possuem doenças como depressão e ansiedade.

ANAMNESE COMPARTILHADA

É comum também que os profissionais da área médica fiquem com dúvidas sobre os diagnósticos do paciente. Sendo assim, é o ambiente hospitalar onde equipes médicas podem trocar histórias e dados sobre diagnósticos que lhe parecem incertos.

Ademais, é nessa troca que médicos em início de carreira aprendem com os profissionais veteranos. Sendo também esta uma chance para tirar dúvidas com quem é mais maduro. Entretanto, não se esqueça de que é a abordagem ao paciente a melhor prática médica.

CONSTRUA UM DIAGNÓSTICO SEM PRESSA

Com a coleta de todos os dados sobre o paciente, é o início do raciocínio clínico. Sendo este apoiado no conhecimento que o profissional possui, assim como estudos recentes da área. O que demonstra a importância de se manter atualizado.

Dessa forma, a construção do diagnóstico também deve ser compartilhada com o paciente. Pode ele resolver algumas lacunas ou se lembrar de detalhes importantes. Com esses dados em mãos, o profissional deve escolher entre começar um tratamento ou fazer o encaminhamento para exames complementares.

Em suma, a anamnese é um procedimento que se aprimora com o passar do tempo. Assim, o profissional se torna mais ágil ao montar o diagnóstico e ao fazer as perguntas chaves para a avaliação, sem deixar de se dedicar a ouvir bem o paciente.

Converse sobre o diagnóstico com seu paciente

A anamnese é uma etapa essencial para entender o problema do paciente e por fim chegar a um diagnóstico. A conversa franca e sincera com o paciente pode ajudar muito nessa fase.

Após ouvir as queixas do paciente, refletir sobre todas as informações que obteve na consulta e na ficha de anamnese, esclareça a possibilidade de um diagnóstico naquele momento ou se necessita de mais exames e melhorar a investigação para chegar a uma conclusão precisa.

Caso consiga um diagnóstico instantâneo, oriente o paciente corretamente sobre o tratamento, sensibilizando-o para a importância de seguir as recomendações corretamente. Se necessitar de mais exames para oferecer um diagnóstico, encaminhe o paciente e oriente-o sobre os melhores locais para realizar, ressaltando que retorne ao seu consultório após os resultados laboratoriais para iniciar o tratamento.

Desenvolva uma boa ficha de anamnese

Uma ficha de anamnese eficiente pode deixar a consulta mais prática e objetiva, além de economizar tempo. É essencial também que seu paciente preencha a ficha com fidelidade.

O primeiro passo de uma boa ficha são os campos de identificação e dados cadastrais do paciente: dados de identificação, como nome completo, documentos pessoais, contato etc. Dados de qualificação como idade, altura, peso e tipo sanguíneo; Dados para emergência, como nome e telefone de quem contatar.

Seguindo, colete os dados sobre as condições físicas, fisiológicas e emocionais do paciente. Doenças, cirurgias anteriores, medicamentos que faz uso, limitações físicas. Nesta parte da ficha, adicione também perguntas que façam diferença no seu ramo de atuação, como perfil de alimentação do paciente, se pratica exercícios físicos, a profissão do paciente e outras questões que achar pertinente. O ideal é que a ficha poupe o tempo de consulta que seria gasto para realizar perguntas rotineiras e concentrar as informações necessárias.

Caso ache necessário, a ficha de anamnese pode também conter fotos para uma inspeção visual e eventuais comparativos de “antes” e “depois” do tratamento, caso seja visível. Esse recurso é muito usado na estética, mas também pode fazer parte da anamnese clínica, principalmente na nutrologia, dermatologia etc.

Esclareça todas as dúvidas de seu paciente

Antes de tudo, preste atenção às perguntas, dúvidas e queixas de seu paciente. Faça contato visual e demonstre interesse, para que ele confie em você. As pessoas tendem a esconder informações que podem ser essenciais se não confiam no profissional. Não o interrompa quando estiver falando, espere-o terminar e só assim faça suas perguntas.

Fale com clareza para que seu paciente te entenda, adeque seu vocabulário para termos mais conhecidos pelo público em geral, evite termos técnicos. Se for utilizar, explique-os corretamente. Quando sentir insegurança na fala do paciente, explique novamente e pausadamente, de forma mais simples possível.

Não o deixe sair com dúvidas de seu consultório, pois tratando-se de medicamentos e orientações médicas é importante que tudo esteja sempre bem esclarecido para que o tratamento não seja realizado de forma errada.

Esteja 100% presente na consulta, pois naquele momento seu paciente deve ser o centro de sua atenção. Escute-o com atenção, pergunte todos os detalhes e esteja disposto a acolher e ouvir.

Forneça um roteiro da consulta

Uma maneira de deixar o paciente mais confortável é dizer de antemão o que irá acontecer durante a consulta. Dessa forma ele facilitará todo seu trabalho, sabendo já quais os serão os próximos passos. Explique os procedimentos de maneira clara. Assim, cria-se uma melhor conexão, gerando mais confiança para o relacionamento.

Foque nos últimos sintomas

O paciente vai se lembrar dos diversos sintomas que teve nos últimos tempos. Na primeira consulta, porém, é importante focar nos sintomas e sinais recentes. Além disso, o paciente pode estar preocupado, por isso esse é o momento de tranquilizar os maiores temores dele. Portanto, tente descobrir o que está incomodando, e use o olhar clínico para oferecer informações mais assertivas. Com isso você pode acalmar o paciente e já traçar um raciocínio sobre o diagnóstico, e qual o caminho vai tomar nas próximas consultas.

Responda o que o paciente quer ouvir

É importante esclarecer todas as dúvidas dos pacientes, de forma clara e objetiva. Eles hoje chegam ao consultório com informações prévias que obtiveram na internet. Contudo, preste atenção no que irá dizer para eles. Muitas das informações não são ditas, mas é papel do médico fornecê-las aos pacientes.

São basicamente 4 coisas que os pacientes querem saber na primeira consulta. Ao respondê-las, você demonstra que se preocupa e está atento ao bem-estar deles. Os 4 itens são:

  • Diagnóstico: “O que há de errado comigo?”
  • Prognóstico: “Quanto tempo até eu melhorar?”
  • Tratamento: “O que você pode fazer por mim?”
  • Prevenção: “O que posso fazer por mim”?

Sobretudo, deixe o paciente mais tranquilo com respostas assertivas nesse sentido. Você terá mais tranquilidade e irá criar uma conexão com seu paciente. Por fim pergunte a ele se ainda há algo que você pode fazer para ajudá-lo.

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Referências: Secad e ABC da Medicina

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